terça-feira, 31 de março de 2020

Celebrar a SEMANA SANTA e a PÁSCOA, em tempo de QUARENTENA


Na paróquia de Vila Praia de Ancora, unidos a todos os povos da terra 
Queridos irmãos
o bem de todos, pede que vivamos este Tempo, disponíveis para uma comunhão com Cristo e com os irmãos, aceitando o que nos é pedido. 

DOMINGO DE RAMOS - 5 de abril 
Cada família é convidada a construir uma cruz, que deverá ser colocada num local visível da sua casa (porta, varanda, portão, jardim, janela...). A cruz deverá ser adornada com ramos verdes e, se possível, com um pano roxo. A cruz deverá permanecer durante toda a Semana Santa.
Na Igreja Matriz, neste dia, o pároco celebrará, de forma privada, a Eucaristia às 10h. (Bênção dos Ramos será quando as condições o permitam).
A Missa Crismal de Quinta - feira Santa, na Sé de Viana do Castelo, com bênção/consagração dos Santos Óleos, fica suspensa. 

TRÍDUO PASCAL 
O pároco celebrará, de forma privada, as seguintes celebrações:
- Quinta feira Santa - Ceia do Senhor, na Igreja Matriz às 19h
- Paixão do Senhor - Sexta feira Santa, na Igreja Matriz às 15h
- Vigília Pascal - Sábado Santo, na Igreja Matriz às 21h 

DOMINGO DE PÁSCOA 
Na cruz preparada por cada família, os ramos deverão ser substituídos por flores, sendo ainda colocado um pano branco. As flores poderão ser de papel, feitas em família. Cada um é convidado a partilhar a sua cruz, com os catequistas e amigos, através das diferentes redes sociais.
O pároco celebrará, de forma privada, a Eucaristia da Páscoa, às 10h, na Igreja Matriz.
No Domingo de Páscoa os sinos repicarão para anunciar a alegre notícia da Ressurreição do Senhor. 

Vivamos este Tempo unindo as preocupações e alegrias a Jesus, nosso Salvador. 
Santa Páscoa, que acolhe as súplicas pelos que mais sofrem e trabalham e a gratidão de todos os corações. 
Pe Valdemar Fernandes, pároco de Vila Praia de Âncora

quinta-feira, 19 de março de 2020

Mensagem do Bispo de Viana do Castelo aos seus Diocesanos


Caríssimos Diocesanos, 

Com a declaração do estado de emergência nacional, vai agravar-se, para a grande maioria de nós, uma situação a que não estávamos habituados: a fazer a vida em casa. Reparem bem: a vida. Isto significa que, mesmo nestas circunstâncias, temos de continuar a viver. Há, para isso, que aproveitar a situação, para fazermos dela fonte de vida. Quem sabe, uma vida até mais verdadeira. 
Antes de mais, porque nela podemos reforçar a sua componente social, tão ou mais imprescindível que a individual. Tanto preciso dos outros, como eles precisam de mim. A começar pelos mais próximos: os familiares, para os quais, tantas vezes e por tantas razões, não tínhamos tempo. Agora, obrigam-nos a estar juntos: o marido com a esposa, os pais com os filhos e os filhos com os pais e, eventualmente, os avós. Vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana e várias semanas por mês. Quantas? Nem sabemos. 
Uma coisa deve ser intocável para nós: o respeito pelas normas que nos obrigam a estar em casa. Só assim se evita o temido contágio...e a morte que ninguém deseja, nem para si, nem para os seus, familiares, amigos, vizinhos ou simples concidadãos. Só assim eu amo a vida, a minha e a dos outros. Por isso, fiquemos mesmo em casa. Mas, repito, para viver. Como? 
Antes de mais, organizando o dia-a-dia: com horas para tudo o que for necessário e possível. Mas, cada coisa na sua hora; e umas em comum, outras individualmente. Passar o tempo à deriva, ao ritmo do que me vai apetecendo, tornar-se-á aos poucos fastidioso, insuportável. Organizemos previamente o nosso dia-a-dia, particularmente se temos crianças entre nós. Que bela oportunidade para serem ainda mais educadas a terem regras e a segui-las! 
Para nós, crentes, há coisas essenciais à vida e que, nas circunstâncias até agora normais, não fazíamos tanto ou tão bem. Mas agora podemos fazê-las e melhor. Refiro-me, em especial, à oração individual e em família: com pais e filhos ou apenas com marido e esposa. A partir de agora vamos ter, não só muito mais tempo para isso, mas também uma ótima e proveitosa maneira de o ocupar, a sós e com aqueles que formam o nosso núcleo familiar. 
Deste modo, evitaremos não apenas que a vida em casa se torne cansativa e insuportável, mas estaremos em comunhão com Aquele de quem recebemos a vida. Em vós, Senhor, está a fonte da vida; e é na vossa luz que vemos a luz! Assim nos ensina a Bíblia a rezar (Sl 36,10). Façamo-lo, se possível unindo as nossas vozes. E – porque não? – cantando. Diz S. Agostinho: quem canta reza duas vezes. E nós acrescentamos: Quem canta seu mal espanta – o mal da solidão, do medo, do desespero, da morte. Rezemos, pois, ao Deus da vida. Temos muito mais tempo e mais razões para isso. 
Neste sentido, proponho que se definam momentos e lugares de oração e se preparem esses momentos e lugares com textos, preferencialmente bíblicos, e símbolos (imagens, estampas, flores ou outras ornamentações), de tal modo que o espaço, em que rezamos em casa, se pareça com o de uma igreja e a família seja o que deve ser: uma Igreja doméstica, como família cristã que é. 
Na missa dominical (e outras), sugiro que se siga uma das muitas celebrações, transmitidas pela TV ou via INTERNET. Não assistindo; mas, participando, rezando, cantando (se soubermos), vestindo-nos do mesmo modo como quando vamos à igreja e fazendo os mesmos gestos que se fazem na igreja. Se assim for, será uma verdadeira Missa, excetuando na comunhão eucarística que, nestas circunstâncias, terá de ser espiritual. Guardemos, para isso e se possível, na altura própria, uns momentos de silêncio e recolhimento, se a celebração no-lo permitir. 
Julgo que há, mais uma vez, males que vêm (também) por bem. Há que aproveitá-los, já que não voltam mais – assim Deus o queira! Não sabemos quanto tempo vão durar. Mas, saber ocupar o tempo de modo útil e construtivo é, no mínimo, um dever, já que, como se diz, “a vida são dois dias” (mas longos). 
Convido-vos ainda a que partilhemos as experiências feitas neste âmbito. Hoje, felizmente, não há fronteiras na comunicação, e com a vantagem de estarem imunes de contágio viral. Troquemos ideias e experiências – como vários sacerdotes e fiéis leigos já estão a fazer – e teremos ainda mais o que é essencial à vida, agora mais do que nunca, nesta guerra em que todos nos encontrarmos: a união que, se for em e com Deus, será muito maior. 
Quero aproveitar a ocasião para deixar uma palavra a todos os que, por dever de ofício, terão de continuar a trabalhar e a encontrar-se com outras pessoas, expondo-se assim, ainda mais, ao perigo de serem infetados pelo vírus. Destaco, por razões óbvias, os profissionais de saúde e seus colaboradores, aos quais manifesto todo o meu apoio e, comigo, o da Igreja Diocesana a que presido. Estou convencido de que cada um de nós se revê e sente neles, já que fazem o que todos gostaríamos e quereríamos fazer e não podemos. Obrigado pelo que fazeis por nós. Iremos rezar por vós, confiando que o Senhor vos fará sentir a força da nossa oração. 
Estamos, afinal, num tempo que não é só de desgraça, mas também de salvação, ou melhor, de salvação que nasce da desgraça. Mas é precisamente este o mistério da Páscoa que estamos a celebrar: o da vida que surgiu da morte de Jesus Cristo ou, se quisermos, do amor que Ele viveu com a total oferta da vida. Talvez estejamos a celebrar a melhor Páscoa da nossa vida. Vamos aproveitá-la. 
Santa Páscoa! 
Viana do Castelo, 19.03.2020 (Solenidade de São José e Dia do Pai) 
†Anacleto Oliveira (Bispo Diocesano de Viana do Castelo)

sábado, 14 de março de 2020

COVID-19 (coronavírus) - Informação aos Fiéis Católicos que vivem e caminham na Fé nas Paróquias do Arciprestado de Caminha

Estimados e estimadas irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo, a Paz esteja convosco. 

1. A Conferência Episcopal Portuguesa, tendo em conta as indicações do Governo e das autoridades de saúde, emitiu, hoje, dia 13 de Março, o seguinte comunicado: 

Comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa 
Em consonância com as indicações do Governo e das autoridades de saúde, a Conferência Episcopal Portuguesa determina que os sacerdotes suspendam a celebração comunitária da Santa Missa até ser superada a atual situação de emergência. 
Também devem seguir-se as indicações diocesanas referentes a outros sacramentos e atos de culto, bem como à suspensão de catequeses e reuniões. 
Estas medidas devem ser complementadas com as possíveis ofertas celebrativas na televisão, rádio e internet. 
Permaneçamos em oração pessoal e familiar, biblicamente alimentada, confiados na graça divina e na boa vontade de todos. 
Lisboa, 13 de março de 2020 

2. Após a publicação do comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa, o Bispo Diocesano de Viana do Castelo, emitiu o seguinte esclarecimento: 

Esclarecimento da Diocese de Viana do Castelo 
Na sequência do comunicado desta manhã da Conferência Episcopal Portuguesa, o Bispo Diocesano de Viana do Castelo, D. Anacleto Oliveira, esclarece que não está autorizada a realização de qualquer celebração comunitária (que congregue fiéis de diversas proveniências). Isto significa que a celebração de Batismos, Matrimónios ou Funerais pode realizar-se unicamente na presença dos familiares mais próximos. Tendo presente este pressuposto, cada pároco determine, em cada caso concreto, os moldes da celebração, sempre no respeito por aquilo que a Igreja estabelece. 
O Bispo Diocesano exorta ainda os sacerdotes com problemas de saúde a não presidirem mesmo a estas celebrações mais restritas. 
Secretariado Diocesano de Comunicação Social de Viana do Castelo 

3. Atendendo às orientações superiores e tendo em contas as questões e preocupações manifestadas pelos fiéis, os sacerdotes que exercem o seu ministério neste Arciprestado de Caminha, reuniram, de forma extraordinária, ao final do dia 13 de Março. Desta reunião resultam as orientações que aqui se reproduzem. 

a) Atendendo ao espírito do Comunicado da Conferência Episcopal, são suspensas todas as Eucaristias com participação de fiéis, a partir de hoje. Os vossos Párocos continuarão a celebrar a Eucaristia diariamente de forma privada, rezando pelas vossas intenções. 
Exortamos a todos os fiéis que assistam à transmissão da Eucaristia Dominical e Ferial através dos meios de Comunicação disponíveis (televisão, internet, rádio e outros). 

b) Suspendem-se as celebrações comunitárias do Sacramento da Reconciliação habituais neste tempo da Quaresma (Confissões Quaresmais). Serão reagendadas para data posterior. Os fiéis que o solicitem individualmente serão atendidos em Confissão, respeitados as normas emitidas pelas entidades de Saúde. 

c) Suspendem-se as Visitas aos Doentes por parte dos Párocos, bem como as visitas dos Ministros Extraordinários da Comunhão. Mais se recomenda que se evitem as visitas privadas a todas as pessoas vulneráveis. A Celebração da Santa Unção e a Sagrada Comunhão aos Doentes em perigo de morte será assegurada pelos Sacerdotes a quem o solicitar. 

d) Suspende-se a catequese paroquial, bem como toda a atividade pastoral paroquial que implique reunião de pessoas (reuniões, ensaios e atos de piedade, nomeadamente Via Sacra, Adoração ao Santíssimo Sacramento, Oração Comunitária do Terço, Procissões…). 

e) Não haverá atendimento presencial de Cartório Paroquial. Se necessário, devem contactar os vossos Párocos por telefone, telemóvel e e-mail. 

f) Este ano não se realizará a tradicional Visita ou Compasso Pascal. 

g) As celebrações dos Batismos e Matrimónios serão celebradas com o mais reduzido número de familiares possível. Recomendamos, que, na medida do possível sejam reagendadas para data posterior. 

h) Os funerais serão celebrados exclusivamente com a presença dos familiares diretos. A Celebração Exequial decorrerá na Igreja Paroquial, ou outra Igreja da Paróquia, de harmonia com os costumes locais. Não haverá Celebração da Eucaristia Exequial. Utilizar-se-á “Celebração das Exéquias sem Missa” do Ritual das Exéquias. No final, o sacerdote acompanhará o féretro ao Cemitério, a pé ou em viatura própria, não se realizando o habitual cortejo fúnebre. A Eucaristia Exequial poderá celebrar-se após o levantamento destas restrições. Rogamos a todas as famílias que organizem estas celebrações em permanente diálogo com os Párocos e que entendam que, se algum dos vossos Párocos, seguindo as orientações do Bispo Diocesano, e dos médicos que os acompanham, não presidir às Celebrações Exequiais e solicitar a colaboração de outro Sacerdote, o faz por um bem maior que é a saúde. Manifestará a sua solidariedade por outros meios e, logo que possível, fá-lo-á pessoalmente. 
Sejam tidas em conta as indicações das entidades públicas acerca a organização dos velórios e às regras de distanciamento social. 

i) As Igrejas do Arciprestado, que habitualmente se encontram abertas, permanecerão abertas até indicação em contrário das autoridades competentes. 

j) Estejamos todos atentos ao evoluir da situação. Situações novas exigirão medidas novas. Comprometamo-nos todos na construção do bem comum. 
“As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história.” (Concílio Ecuménico Vaticano II, Constituição Pastoral GAUDIUM ET SPES sobre a Igreja no mundo atual, nº 1) 

Os sacerdotes que, pela graça do Sacramento da Ordem, presidem às Comunidades Paroquiais do Arciprestado, apelam à serenidade e à compreensão destas medidas. 
Como alguém dizia por estes dias, aos nossos avós foi exigido ir para a guerra, a nós só nos é pedido que tenhamos um comportamento pessoal e social responsável, permanecendo em casa, na medida do possível, evitando comportamento de risco que poderão ser fatais para nós e para o círculo em que nos movemos. 
Invoquemos a proteção de Deus, na oração individual e familiar, para que esta pandemia seja controlada. Aproveitemos, entre outras, a proposta de oração que nos faz D. Bruno Forte, Bispo de Chieti-Vasto. 

Senhor Jesus, Salvador do mundo, 
esperança que não conhece a desilusão, 
tem piedade de nós e livra-nos do mal! 
A Ti imploramos a vitória sobre o flagelo deste vírus que está a alastrar, 
a cura dos doentes, a proteção dos que estão sãos, 
o auxílio para quem presta cuidados de saúde. 
Mostra-nos o Teu Rosto de Misericórdia 
e salva-nos com o Teu grande amor. 
Tudo isto te pedimos por intercessão de Maria, 
Tua e nossa Mãe, que fielmente nos acompanha! 
Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos. 
Amen! 

Os sacerdotes que peregrinam na Fé nesta parcela do Povo de Deus, o Arciprestado de Caminha